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Entrevistando André Luiz de Almeida


André Luiz Pré-Candidato à Prefeitura de Anápolis

Em entrevista aos repórteres Fausto Costa, Roberto Lara do Portal Anápolis e participação especial de Gildo Ribeiro do site de notícias 7minutos André Luiz fala de sua vida pública e de seus projetos políticos para as próximas eleições na cidade de Anápolis.

Gildo Ribeiro: Quem é André Luiz de Almeida?

André Luiz: Sou advogado, militante, partidário de esquerda, membro mais antigo e fundador do partido PPS nacional, trabalhando por Anápolis, já fui presidente da câmara dos Vereadores quando exerci o mandato de Vereador com vultosos trabalhos apresentados no plenário.


Roberto Lara: Porque ser prefeito de Anápolis, depois de tanto tempo em que foi vereador, vice-presidente e presidente da câmara municipal? O que o motivou a participar desta disputa neste momento? Foi uma proposta do seu partido ou foi devido à falta de oportunidade em tempos passados?

André Luiz: Não, de forma alguma, olhando minha história, vão ver muitas coisas diferenciadas em relação ao meu nome. Primeiro, em 2000 fui o vereador menos votado da cidade, mais jovem, foi o que mais apresentou projetos de lei para a cidade e que mais teve leis aprovadas na câmara municipal. Ganhei prêmios no Rio de Janeiro ente os cinco melhores parlamentares municipais do Brasil, não foram de Anápolis e nem de Goiás. Prêmio cedido pela Rede Globo pelo congresso Nacional.

Nas eleições de 2012, o Elismar que é presidente do partido PHS, foi candidato pelo PPS e na época eu era o presidente do partido, poderia muito bem ser candidato, mas não, nós sempre tivemos a nossa independência, nossa linha de atuação. Não tenho tesão ou vontade umbilical de ser prefeito de Anápolis, eu só acredito que precisa haver mudança.

Não acredito na história de melhor número, nunca acreditei, é justamente por isso que ele, o Elismar, foi candidato na última eleição, porque eu liguei para ele e disse precisamos ter candidato para lançar algo diferente, para contrapor o nome de Gomide.

É a mesma coisa agora, que realmente precisamos apresentar quadro novo, fazer um debate novo, não é a candidatura de André e nem do grupo, mas no sentido de apresentar um debate que cause uma diferenciação no contexto político. Do contrário não tem condição de você fazer uma campanha na qual tenha cartas marcadas e que você já sabe quem tem condições de ganhar ou não. Portanto é preciso abrir a possibilidade para o cidadão ter condição de escolha, por exemplo, se ele quer uma proposta ou se ele quer nomes. Eventualmente pode ser que amanhã surjam propostas melhores que as nossas, sendo assim ótimo, pois o que queremos é causar uma movimentação no sentido de melhorar o debate na sociedade Anapolina.


Roberto Lara: Qual a sua perspectiva como pré-candidato a ocupar o Executivo e qual o diferencial em sua candidatura, que possa oferecer ao povo Anapolino?

André Luiz: Gestionar o município da forma que está sendo feito é o comecinho básico, não tem nada de diferente entre uma pessoa ou outra, o que vale para mim é justamente a proposta. Entendo ter uma militância relativamente antiga, no entanto temos uma linha de defesa em relação à profissionalização da política.

Portanto não acredito, nem gosto e não acho interessante para o cidadão que contribui votar naqueles mesmos que sempre votam e nesse sentido perpetuar suas condições de vida. A gente vive criticando, portanto entendo que meu nome pode apresentar-se como um quadro novo, diferenciado e que possa efetivamente discutir os problemas do município.


Fausto Costa: O que é o G4 e desde quando existe este grupo?, nas eleições municipais de 2012 já existia e qual a pretensão com ele (o G4)?

André Luiz: Na eleição passada não existia ainda, na realidade nós fizemos ano retrasado e ano passado fizemos varias reuniões em que houveram oito encontros direcionados a população em bairros diferentes, com a participação popular muito boa, muito interessante em que surpreendeu a todos nós . Em um desses encontros, lembro-me muito bem em que numa terça-feira chuvosa encontramos com 800 pessoas.

O G4 é formado pelos partidos PPS, PSD, PEN e PHS. Não somos do poder, não temos grandes cargos, nesses partidos não tem vereadores, mas, iremos lançar uma chapa completa para vereador propondo coligação a nível proporcional. Nós queremos coligar somente a nível majoritário para que tenhamos condições de eleger um quadro de vereador interessante, ou seja dois vereadores por partido.


Fausto Costa: Deve sair do G4 um candidato, sendo o senhor pré-candidato pelo PPS, quem são os outros pré-candidatos que disputarão essa vaga?

André Luiz: Teria o Elismar Veiga que é o assessor do governador, já o PSD e PEN não apresentaram nenhum nome ate agora.


Roberto Lara: O Ernani também é pré-candidato a prefeito de Anápolis, nesse caso pode ter uma união futura?

André Luiz: Política é como nuvens, se ele tiver uma proposta que venha causar algum impacto diferenciado e seja efetivamente candidato, não vejo nenhum problema. Porém a tendência é dele não participar do nosso agrupamento político, de não apoiá-lo, até porque nós lançaremos candidatos e iremos até o fim nessa linha de defesa nossa.


Roberto Lara: O Senhor já tem o apoio do Presidente Estadual do PPS, o Deputado Federal Marcos Abrão, mas caso o seu nome vença a candidatura no G4, como se dá o alinhamento com as outras lideranças em termos de campanha?

André Luiz: o apoio tanto do Deputado quanto qualquer outra liderança política eu trato a nível até de segundo plano, pois acho que dificilmente alguém do nosso partido, principalmente quando se trata do PPS vir apoiar candidato de outro partido. Não temos a tradição de nos vender para outro. A grande questão do PPS é justamente isso, mas, nós tivemos com Marcos e com algumas lideranças aqui em Anápolis juntamente com o nosso presidente da Nacional Deputado Roberto Freire, cujo apoio solicitou ao Marcos, inclusive também para que ele trabalhasse com a senadora Lúcia Vânia a construção desse apoio.


Gildo Ribeiro: Qual a analise através de sua ótica, para a cidade de Anápolis, ou seja, está mostrando realmente o seu potencial ou há uma maquiagem para que as pessoas não sintam os possíveis problemas existentes como é o caso dos professores?

André Luiz: Gildo, você já viu alguma notícia de corte das verbas orçamentárias da publicidade? Provavelmente não, pois os cortes acontecem com as verbas da saúde, educação, enfim nunca se corta onde deve cortar.

O grande problema é esse, nós não vivemos em Goiás e muito menos Anápolis uma situação de normalidade. Eu por exemplo que advogo, às vezes para pessoas carentes, pobres que no cotidiano sofrem muito, se for analisar a vida de mães que precisam de vagas em creches em Anápolis é um absurdo.

A administração Anapolina é um desastre, ela faz o que faz praticamente no Brasil inteiro não tem nada diferenciado. E o contexto que nós temos em relação à administração pública é que os governos só sabem arrecadar e não sabem retribuir para a sociedade os benefícios.


Fausto Costa: Como o senhor analisa os gastos públicos da Prefeitura?

André Luiz: É necessário cortar gastos orçamentários em determinadas áreas. Por exemplo, pagar para essas grandes empresas jornalísticas que chega a milhões de reais, enquanto na verdade é um dos que menos informa o cidadão. Então é equalizar, dar a quem merece e quem trabalha, de forma igualitária, até porque os meios alteraram muito. Hoje seria justificável pagar milhões a uma empresa de internet porque o cidadão está diretamente ligado a ela. Até porque quando vai para televisão agente já soube pela internet. Então pagar grandes jornais e empresas de televisão não justifica. Não só da publicidade, bem como todas as áreas da administração pública, diminuição de contrato de prestação de serviço, cargos comissionados, promoção de concursos públicos provas e títulos. Dar condição para que a administração não seja um cabide de empregos dos amigos do poder. Dar condição para que a administração venha atender e atingir a todos, porque todos nós merecemos e pagamos impostos. Tem que equalizar diminuir os gastos em determinadas áreas. Tem lógica, por exemplo, como eu vi esses dias na imprensa você pagar um milhão e meio para empresa de lavagem de carro aqui em Anápolis, e quando se pensa que isso é praticamente pelo menos a metade do transporte de toda a população Anapolina, para lavar carro? Quanto se gastou na iluminação de natal? Foram 4 milhões isso é um absurdo. O que estou dizendo e que pode fazer uma coisa melhor, com valores mais baixos, no sentido de fazer com que a administração atenda a todos.


Fausto Costa: Quanto à mobilidade do cidadão, será que um só terminal existente na cidade não é pouco?

André Luiz: Fausto, esta questão é um conceito amplo da cidade, pois é preciso dar mobilidade para quem precisa. A questão de ter um, dois, três, ou mais terminais, não é necessariamente um problema porque como tem falha na gestão ela evidentemente vai falhar em todas as áreas. O problema de ter um terminal só, por exemplo, é um problema para os lojistas, para o trânsito em geral.


Gildo Ribeiro:O senhor pode discorrer sobre projeto “Tarifa Zero”?

André Luiz: Na verdade não é só a ideia de tarifa zero, não se trata de ser mais uma proposta mirabolante para a cidade, até porque de propostas talvez as pessoas já estejam cheias. Na realidade vamos apresentar uma proposta que venha ser discutida para a população.

Evidentemente se nós tivermos um sucesso, essa é uma das questões que vai ser mais tratada, mas, não só ela, toda a questão da mobilidade urbana será tratada. Por exemplo, lojistas que tem ali seus 10, 15 funcionários tem um custo de transporte imenso, já imaginou se você puder através do município subsidiar, desonerando uma cadeia de pessoas e abrindo espaço para novos investimentos. Para o cidadão comum, para quem gosta de investir, é um trabalho um pouco maior do que simplesmente pagamento de passagens. Isso é totalmente viável, totalmente factível. Agora basta ter vontade política, e essa vontade só pode vir quando tem na população o conhecimento e o seu apoio. Se a população apoiar com certeza essa vontade política vai virar prática.


Fausto Costa: Além da tarifa zero, quais outras propostas tem passado para o cidadão Anapolino, em suas caminhadas?

André Luiz: O grande chamariz desta campanha e principalmente do nosso quadro é justamente de discutir profunda a ideia do subsidio do transporte urbano tendo como base justamente a questão da mobilidade urbana.

Em Anápolis está sendo construído o que o ex-prefeito Ernani chamou de minhocão, o mesmo minhocão que em São Paulo está sendo demolido, e também no Rio de Janeiro, no qual pretendem construir um jardim, pois está totalmente fora do contexto de mobilidade urbana, de meio ambiente sustentável.

Então agente entende que é preciso de coisa nova, afinal está se gastando aqui em Anápolis 80 milhões de uma verba emprestada pela Caixa Econômica pagando juros altíssimos para o próximo governo pagar, tem lógica isso do ponto de vista principalmente da administração pública? Você faz uma compra para se pagar daqui a 10 anos?


Fausto Costa: Hoje, são 12 cidades no Brasil, dentro da realidade de Anápolis há viabilidade técnica de se implantar essa tarifa zero?

André Luiz: Se você for analisar os números da prefeitura de Anápolis que é uma cidade rica, diferentes quase todas as demais cidades do Brasil, se for analisar em comparação a Aparecida de Goiânia ela tem o PIB 4 vezes menor do que Anápolis. Anápolis tem 340 mil habitantes e arrecadação de 120 milhões de reais/mês enquanto que a implantação do projeto “Tarifa Zero “ custaria aos cofres públicos apenas 4,5 milhões de reais. Portanto é totalmente possível, pois ao invés de pagar aqueles amigos do partido do poder, muitas vezes diminuindo o cargo comissionado ela pode redirecionar essa verba, além do mais você tem hoje a própria legislação estadual e municipal que obrigam eles a pagar parcela, ou seja, subsidiar o transporte do estudante, por exemplo. Goiânia tinha a passagem do estudante subsidiada a 0,45 centavos. há verba tanto a nível estadual como federal, através de convênios estaduais ou federais poderia ainda aumentar esse bolo, poderia ser um fundo de transporte para ajudar a pagar o transporte.


Roberto Lara: Como o Senhor vê e analisa a crise financeira, política e econômica, não só sob o aspecto regional em que Anápolis se encontra, mas também o Centro-oeste e o Brasil de forma geral?

André Luiz: Hoje no Brasil não temos tanta crise financeira o que nós temos na realidade é uma crise moral, e ela nos leva a uma derrocada financeira, a crise moral é proporcionada principalmente pela crise política. Eu vi agora a pouco que o dólar subiu e a bolsa caiu, isto ocorreu por causa do impacto que determinada notícia tem, no caso a notícia foi a que o Lula seria o Ministro da República, logo os problemas financeiros e econômicos estão atrelados aos fatos políticos diretamente envolvidos.

O problema não se trata do político ser corrupto ou não, até porque e eventualmente qualquer um pode se tornar um corrupto. O problema não é a corrupção em si, mas a falta de punição, pois sabemos que o Brasil nos últimos 12 anos da administração Petista tem sido mal tratado. Se houver uma chance uma chaminha de esperança que venha alterar esse quadro, sem duvida alguma o Brasil tornar-se-á uma grande potência econômica e então teremos um aumento novo de crescimento econômico.


Roberto Lara: Qual o propósito de uma candidatura?

André Luiz: Direcionar o candidato, através de seu histórico como fizemos com o Ernani e quando lançamos o Valdair, elegendo deputado estadual, articulando politicamente para o candidato que apresente propostas que sirva ao cidadão. Temos por exemplo à proposta da tarifa zero, que seria de mais inovador do ponto de vista de servir, retornar para o cidadão parcela dos impostos que eles pagam, pois o cidadão não pode ficar sacrificado pelos governos.


Gildo Ribeiro: Porque o anapolino tem que votar no senhor para que Anápolis tenha uma boa administração?

André Luiz: Eu não acho que o anapolino tenha que votar em mim, com devido respeito, porque entendo que o cidadão vota em quem ele achar melhor. Posso dar o nosso exemplo de vida, nossa história de luta, mostrar as propostas, dizer o que quero para Anápolis.

Tenho muito a contribuir para a nossa cidade. Portanto entendo que precisa haver uma alteração, votando em mim acredito que terá um prefeito disposto a olhar os problemas do cidadão em geral, ou seja, solucionar problemas da cidade para todos.

Entrevista realizada em 03/2016

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